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	O livro Literatura Expandida: arquivo e citação na obra de Dominique Gonzalez-Foerster

    O livro Literatura Expandida: arquivo e citação na obra de Dominique Gonzalez-Foerster

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	Dominique Gonzalez-Foerster e vista parcial de sua instalação na Tate Modern, em 2008

    Dominique Gonzalez-Foerster e vista parcial de sua instalação na Tate Modern, em 2008

Livro inaugura nova linha de publicações VB

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postado em 01/03/2013
A pesquisa por novos modos de escrita na obra de Dominique Gonzalez-Foerster é foco de livro de autoria de Ana Pato, que inaugura projeto editorial. Artista está em encontro público dia 7.3

Em uma passagem de Literatura expandida - arquivo e citação na obra de Dominique Gonzalez-Foesrter, a artista fala sobre um de seus escritores favoritos: "a alternância entre sua própria vida e o mundo de suas histórias está sempre misturada com a exploração da biblioteca gigante em que o mundo se transformou". A descrição se refere ao espanhol Enrique Vila-Matas, mas a artista a poderia aplicar a si própria. O enorme fluxo contemporâneo de informações levou a novos extremos a prática da apropriação na arte, de maneira que o discurso artístico se pode construir entre citações e referências corrompidas, como faz Dominique Gonzalez-Foester. Neste livro, ela tem suas prerrogativas teóricas examinadas com detalhe e em tom ensaístico por Ana Pato.

Para a autora, a singularidade da artista é revelada na forma como articula a experimentação envolvendo o texto literário transposto para o campo das artes visuais. É no espaço expositivo que esse “método” gera uma nova forma de literatura – não mais circunscrita à palavra ou à comunicação linguística, mas pluridimensional. Uma compreensão ampliada de literatura que se pode manifestar de diferentes maneiras: de modo quase literal, quando a artista cria uma espécie de biblioteca afetiva no espaço expositivo (como na instalação Tapis de lecture, 2000); ou então de maneira sutil, como nos trabalhos de 2009 nos quais ela cria ambientes que materializam imagens e sensações provenientes de textos literários (chronotopes & dioramas); ou ainda de uma forma talvez mais complexa, como quando ela se apropria de obras de outros artistas para criar sua grande intervenção TH.2058 (2008) no Turbine Hall da Tate Modern londrina.

Fisicamente, o livro também busca traduzir questões que a pesquisa de Ana Pato investiga: ressaltando o caráter constitutivo da citação, do arquivo e da referência na obra de Gonzalez-Foerster, o projeto gráfico de Daniel Trench e a edição de Teté Martinho incluem citações destacadas em cor, bibliografia na abertura do livro (e não no final), a imagem da obra Textorama (um mural de citações, de 2009) na capa e uma reprodução de páginas de outra publicação (como um livro dentro do livro). Parte da pesquisa de Ana Pato, uma extensa entrevista com a artista e reproduções de obras integram o volume.

O novo projeto editorial
A obra inaugura uma iniciativa do Videobrasil em associação com Edições Sesc de construir uma biblioteca brasileira de arte contemporânea, contemplando especialmente a produção acadêmica inédita. A diretora e curadora Solange Farkas ressalta a pertinência do projeto ser aberto com este título, já que ele reflete uma questão presente na gestão do Acervo Videobrasil: num momento em que "o arquivo torna-se um dispositivo dinâmico, são inspiradoras as proposições artísticas que se nutrem da ideia do mundo como acervo, e a exaltam ao reagrupar e reinterpretar fragmentos".

A iniciativa é um desenvolvimento da política editorial do Videobrasil, baseada no estímulo à reflexão e à difusão da arte contemporânea e de temas que a envolvem, sejam artísticos, sociais ou políticos. Entre nossos demais produtos editoriais estão: o Caderno Sesc_Videobrasil, um espaço para expansão de propostas curatoriais; livros dedicados a artistas, publicados paralelamente a exposições; e os catálogos de cada edição do Festival. Literatura Expandida inaugura nosso novo segmento, dedicado a trabalhos teóricos, abordados com rigor, porém com tratamento não acadêmico.

Sobre Dominique Gonzalez-Foester
Nasceu em Estrasburgo, França, em 1965. Vive e trabalha em Paris. Um dos mais relevantes nomes da arte contemporânea, já expôs individualmente em instituições como Stedelijk Museum (Amsterdã), Guggenheim Museum (Nova York), Tate Modern (Londres), Centre Georges Pompidou (Paris), Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y León (Castela), entre outras. Tem obras em acervos tais como os de Centre Pompidou, Musee d'Art Moderne de la ville de Paris, Fonds National d'Art Contemporain (França), Dia ARt Foundation (Nova York), Tate Modern, MUSAC, Instituto Inhotim, Moderna Museet, Stockholm e 21st Museum of Contemporary Art, Kanazawa (Japão), entre outros.

Sobre a autora

Doutoranda pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e mestra em artes visuais pela Faculdade Santa Marcelina (2011), Ana Pato formou-se em comunicação social pela Fundação Armando Alvares Penteado (1994) e tem especialização em administração na cultura pela Fundação Getúlio Vargas (1996). Paralelamente a sua pesquisa acadêmica sobre as relações entre arquivo e arte contemporânea atua em gestão cultural. No Videobrasil entre 2000 e 2012, Ana Pato foi diretora executiva da Associação.

Edições SESC SP e Associação Cultural Videobrasil. ISBN: 978-85-7995-048-3. Páginas:  278 páginas. Formato: altura 20.7cm / largura 12.5cm / lombada 2.8cm.  Preço de capa: R$ 39,00

ENCONTRO PÚBLICO: dia 7 de março de 2013, quinta-feira, às 20h. Com Dominique Gonzalez-Foerster, Ana Pato e a curadora Daniela Castro. Na ocasião, será exibida a obra De novo (2009, vídeo, 20') | Sesc Bom Retiro: Al. Nothmann, 185 | Estacionamento próprio: Entrada – R. Cleveland, 529. Próximo às estações Luz e Júlio Prestes | 3332-3600 | [email protected] | Retirada de ingressos com 1h de antecedência na central de atendimento 

ENCONTRO PÚBLICO no RIO DE JANEIRO: dia 13 de março. Clique aqui.

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