Os Programas Públicos acontecem no Galpão VB e desdobram temas e conceitos presentes nas ações do Videobrasil, provocando experiências e debates que iluminam e expandem seus questionamentos.


5 setembro, 20h, segunda
Amanhã vai ficar tudo bem
com Akram Zaatari e Moacir dos Anjos


Uma conversa com Akram Zaatari conduzida pelo pesquisador e curador Moacir dos Anjos com Akram Zaatari acerca da poética do artista, a partir dos trabalhos apresentados na exposição Amanhã vai ficar tudo bem.

Akram Zaatari é artista visual e curador, e um dos fundadores da Fundação Árabe da Imagem. Sua obra transita entre a fotografia, o vídeo e o cinema, sendo marcada por uma importante pesquisa sobre o patrimônio visual no contexto cultural árabe. Através dela, Zaatari investiga questões relativas à identidade e às percepções sociais do corpo e do desejo, além dos vínculos entre memória individual e narrativa coletiva. Desenvolvida em duas grandes frentes, uma abertamente política e histórica e outra mais explicitamente ligada às conformações da sexualidade – sobretudo a masculina –, a obra de Akram Zaatari constitui-se como uma ampla reflexão sobre a memória visual e as formas de representação imagética. Participou de exposições coletivas como a Trienal de Turim (2008), as bienais de Istambul (2011), Veneza (2013) e São Paulo (2006), e da dOCUMENTA 13 (Kassel, 2012). Teve diversas exposições individuais como Projects 100: Akram Zaatari, no MoMA de Nova York (2013), e a mostra UNFOLDING no Moderna Museet, Estocolmo (2015). Seus trabalhos integram as coleções da Tate Modern, Londres, do Centre Georges Pompidou, Paris e do MoMA . Vive e trabalha em Beirute, Líbano.

Moacir dos Anjos (Recife, Brasil, 1963) é pesquisador e curador de arte contemporânea da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife. Foi diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM (2001-­2006) e pesquisador visitante no centro de pesquisa TrAIN – Transnational Art, Identity and Nation, em Londres (2008­-2009). Foi curador da Bienal de São Paulo (2010) e das mostras Cães sem Plumas (MAMAM, 2014) e A Queda do Céu (Paço das Artes, 2015). É autor dos livros Local/global – arte em trânsito (Zahar, 2005) e Arte Bra Crítica (WMF Martins Fontes, 2010), além de editor do Caderno Videobrasil 8: Pertença (2013).


Quintas-feiras do mês de outubro, das 20h às 22h30
Curso Ficções e verdades nas narrativas do Líbano Pós-Guerra
com Michel Sleiman


Ministrado por Michel Sleiman, professor do Departamento de Letras Orientais da USP, o curso Ficções e verdades nas narrativas do Líbano Pós-Guerra tem como foco a atual produção literária, ensaística e artística libanesa. Poetas, romancistas, fotógrafos, artistas e curadores constroem um discurso de recuperação da memória e da história recentes do país, assolado por uma sangrenta guerra civil (1975–1990) que nunca esteve desvinculada das questões mais amplas do Oriente Médio. Com quatro encontros, o curso abordará tópicos como “liberdade e direitos humanos”, “religiosidade e laicismo”, “verdade e ficção” e “discursos e fronteira de gêneros”.

PROGRAMA:

Aula 1 - 06/Out
O Líbano Antigo e Contemporâneo: as civilizações constitutivas dos fenícios, caldeus, persas, romanos, bizantinos, árabes, otomanos e franceses.
Aula 2 - 13/Out
A conexão Líbano-EUA- Brasil dos poetas do Renascimento Literário “Nahda” e a Beirute dos Poetas Tamuzeus nas décadas de 1960 e 1970.
Aula 3 - 20/Out
Movimentos de guerra: a instalação da OLP em 1970; a entrada do exército sírio em 1976; a invasão israelense de 1982; a guerra civil de 1975-1990; literatura de êxodo e permanência.
Aula 4 – 27/Out
Arte e discurso do pós-guerra: memória e recuperação; testemunho, verdade e ficção; experimentos de gêneros discursivos: o romance; a fotografia; o vídeo; a instalação; a performance; a curadoria.

Público alvo: pesquisadores, curadores, educadores, artistas, estudantes e demais interessados
Número de vagas: 15
Carga horária: 4 encontros, somando 10 horas.
Valor de investimento e formas de pagamento: R$150,00 à vista (depósito/transferência bancária) *

Inscrições e informações: [email protected] ou pelo telefone (11) 3645-0516

*A desistência após o início da oficina ou o não comparecimento do inscrito aos encontros desta oficina não o exime de pagamento, tendo em vista o serviço colocado à sua disposição.


Michel Sleiman nasceu em 1963 em Santa Rosa, RS, e se formou em Letras em Santa Maria (UFSM) e Porto Alegre (UFRGS). Fez estudos de árabe em Beirute, Damasco e no Cairo. Completou os estudos de pós-graduação na USP, onde leciona atualmente Língua e Literatura Árabe no Departamento de Letras Orientais e nos programas de pós-graduação em Estudos Árabes e em Estudos da Tradução. Tem pesquisas sobre a poesia andalusina escrita nos dialetos árabes e românicos locais de Alandalus, sobre a qual publicou A Poesia Árabe-Andaluza: Ibn Quzman de Córdova (Perspectiva, 2000) e A Arte do Zajal: ensaio de poética árabe (Ateliê, 2008). Tem traduções ao português de suras do Alcorão e de poemas do palestino Mahmoud Darwich, do sírio Adonis e do libanês Unsi El-Hajj, e traduções ao árabe de poemas de Waly Salomão e Haroldo de Campos. Criou e dirige a Revista Tiraz de estudos árabes e das culturas do Oriente Médio (Departamento de Letras Orientais da USP). Coordena o Grupo de Tradução da Poesia Árabe Contemporânea, na USP. Foi presidente do Instituto da Cultura Árabe, em São Paulo, entre 2009 e 2012 e curador do espetáculo anual Diwan de Literatura e Arte entre 2005 e 2008. Publicou poemas de sua autoria nas revistas Coyote, Zunái, Poesia Sempre e Granta e o livro Ínula Niúla (Ateliê, 2009).


15 outubro, das 11h às 14h30, sábado
Oficina de desenho CEAGESP, da rua aos personagens
com Carla Caffé


Esta oficina de desenho de investigação propõe uma atividade de exploração da Vila Leopoldina, com foco especial na CEAGESP - território bastante representativo da discussão acerca do processo de gentrificação do bairro, que transforma visivelmente sua paisagem urbana e humana. Com base em questões levantadas pela obra de Akram Zaatari e auxiliados por um mapa produzido pela artista Carla Caffé, os participantes serão estimulados a realizar o percurso do Galpão VB até a CEAGESP (aproximadamente 15 minutos), circular pelo ambiente e registrar o espaço, levando em conta não só suas características físicas, mas também as relações interpessoais que ali se estabelecem.

PROGRAMA:

11h às 11h30: conversa de introdução à oficina
11h30 às 11h45: 1a etapa – Percurso Galpão VB / CEAGESP
11h45 às 14h: 2a etapa – Retratos
14h às 14h30: caminhada de volta e conversa de encerramento no Galpão VB

PONTO DE ENCONTRO: Galpão VB

Público alvo: artistas, arquitetos, ilustradores, designers, desenhistas e estudantes destas áreas (maiores de 16 anos).
Número de vagas: 20 (por ordem de inscrição)
Carga horária: 03h30
Investimento: gratuito
Para participar: inscrições por ordem chegada, enquanto houver vagas, das 10h30 às 11h.

Carla Caffé é formada em arquitetura, trabalha com ilustração, design gráfico, arte, teatro e cinema. Participou de importantes mostras coletivas como a IV e a X Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Em suas pesquisas artísticas têm-se dedicado à cartografia paulistana. Sua última exposição foi na galeria Carbono. No cinema, trabalha como diretora de arte em longa-metragem, entre outros, Central do Brasil (Walter Salles) e Narradores de Javé (Eliane Caffé). Atualmente prepara toda a identidade visual do filme Era o Hotel Cambridge, lançamento previsto para 2017, do qual também fez a direção de arte. É autora do livro de artista A(e)rea Paulista, publicado pela Galeria Vermelho, Av. Paulista, pelas editoras Cosac Naify e SESC Edições e São Paulo na linha, pela editora DBA. Atualmente é professora de desenho da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Escola da Cidade e das oficinas do SESC Pompeia


5 novembro, 15h, sábado
Lançamento do livro Amanhã vai ficar tudo bem
com Carlos Nader, Eduardo de Jesus e Solange Farkas


Em ocasião do lançamento do livro da exposição Amanhã vai ficar tudo bem, do artista libanês Akram Zaatari, uma conversa em torno da presença libanesa no cenário e na produção artística brasileira reúne três olhares sobre a questão: artístico, curatorial-institucional e acadêmico.

Carlos Nader - Experimentando e cruzando linguagens, que vão da vídeoarte ao documentário, Nader é um realizador com forte apelo ensaístico. Preocupado com a complexidade da cultura contemporânea brasileira e sua dimensão midiática, busca na investigação de determinados personagens – anônimos, personalidades e artistas – os mais variados traços de identidades urbanas. De natureza documental, Beijoqueiro (1992) foi um dos vídeos nacionais mais reconhecidos da década de 1990, ao sintetizar em sua produção características comuns à sua geração. Na sequência, realizou os filmes Trovoada (1995), vencedor no Videokunstpreis em 1998, O Fim da Viagem (1996) e Carlos Nader (1998), vencedor do Grande Prêmio de Cinema Brasil de 2000. Nesse último, o conceito de autobiografia é desconstruído ao misturar sua própria imagem com depoimentos de travestis, filósofos, poetas e bandidos. Ao longo dos anos 2000, Nader concentrou suas atividades no exterior, onde dirigiu documentários e criou vídeoinstalações para centros culturais locais, participando de diversos festivais e exposições coletivas. Realizou uma série de outros filmes, como: Concepção (2001), Flor da Pele (2002), Cross (2003), RBS: 50 anos da televisão no Brasil (2007), Pan-Cinema Permanente (2008), Chelpa Ferro (2009), da série Videobrasil Coleção de Autores, e Eduardo Coutinho – 7 de outubro (2013). Recentemente ganhou, consecutivamente, os prêmios de Melhor Documentário Brasileiro de Longa-metragem nas duas últimas edições do Festival É Tudo Verdade pelos filmes Homem Comum (2014) e A Paixão de JL (2015), este último também premiado no 37º Festival de Havana, em 2016. No início de sua trajetória, editou as revistas Caos, de 1987 a 1989, e Circuit, em 1990. Vive e trabalha em São Paulo.

Eduardo de Jesus é graduado em comunicação social pela PUC Minas, mestre em comunicação pela UFMG e doutor em artes pela ECA-USP. É professor do programa de pós-graduação em Comunicação da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas. Atuou em diversas edições do Festival Videobrasil e em projetos da Associação Cultural Videobrasil. Entre suas curadorias estão FIF – Festival Internacional de Fotografia (Belo Horizonte, 2013 e 2015), esses espaços (Belo Horizonte, 2010), Densidade Local, em parceria com Gunalan Nadarajan, para o Festival Transitio-MX (Cidade do México, 2008) e Mostra Fiat Brasil (2006). Tem publicado textos, ensaios e resenhas em torno da produção artística contemporânea.

Solange Farkas é curadora e diretora da Associação Cultural Videobrasil. Em 1983, criou o Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, evento de que é também curadora-geral e que se tornou referência para a produção artística do Sul Global. Foi responsável por trazer ao Brasil exposições como as de Sophie Calle (Cuide de Você, 2009), Joseph Beuys (A Revolução Somos Nós, 2010) e Isaac Julian (Geopoéticas, 2012), do qual também foi curadora. Como curadora convidada, participou da 10ª Bienal de Charjah (Emirados Árabes Unidos, 2011), da 16ª Bienal de Cerveira (Portugal, 2011), da 5th Videozone: International Video Art Biennial (Israel, 2010) e do 6th Jakarta International Video Festival (Indonésia, 2013), entre outros.

Entre os destaques de seus 25 anos de carreira como curadora estão exposições como a mostra Contemporary Southern Hemisphere Videoart, participante do 9º Ayoul Festival (Beirute, Líbano, 1999); a Mostra Pan-Africana de Arte Contemporânea (Salvador, Brasil, 2005); La Mirada Discreta: Marcel Odenbach & Robert Cahen (Buenos Aires, Argentina, 2006); Suspensão e Fluidez (ARCO, Madri, 2007); e a Mostra Africana de Arte Contemporânea (São Paulo, Brasil, 2000), em parceria com Clive Kellner.

Em 2003, convidou Akram Zaatari e Christine Tohme para organizarem o evento de arte do Líbano Narrativas Possíveis, integrando a programação do 14º Festival. Compreendendo mostra de vídeos, exposição e palestras, o evento abriu caminho para uma intensa representação de artistas libaneses no Festival.

Em 2015, Solange Farkas foi convidada a integrar o comitê de conteúdo do UN Live Museum, o Museu pela Humanidade da Organização das Nações Unidas (ONU).


19 e 26 de novembro
Oficina Vulnerabilidade e Alteridade
com Gui Mohallem


atenção: novo formulário de inscrição


O trabalho de Gui Mohallem, assim como a obra de Akram Zaatari, parte de experiências pessoais para ​​ganhar contornos de alteridade. A partir da análise dos trabalhos dos artistas, os participantes serão questionados: ​que cenários, experiências e ​desdobramentos podem surgir a partir de uma história pessoal​? Os participantes serão convidados a acessar suas próprias questões mais íntimas e instigados a compartilhá-las por meio de exercícios práticos.

PROGRAMA:

dia 1: 19 de novembro, sábado — às 16h, visita à exposição; das 17h às 21h, atividades em grupo e individuais e discussão de processo criativo
dia 2: 26 de novembro, sábado — das 17h às 21h, atividade prática, avaliação da produção dos alunos e discussão de referências

Público alvo: ​artistas, pesquisadores, educadores e estudantes dessas áreas.

Número de vagas​: 15*
Carga horária: 9 horas
Investimento: gratuito
Para participar: Enviar até às 18h00 (horário de Brasília) do dia 16 de novembro de 2016 para o e-mail [email protected] com o assunto “Vulnerabilidade e Alteridade” e com o formulário devidamente preenchido em anexo (clique aqui para baixar)

A confirmação dos selecionados será feita diretamente por e-mail e/ou telefone.

* A oficina será realizada mediante preenchimento de número mínimo de vagas.

Gui Mohallem (Itajubá, MG, 1979) - Questões de pertencimento e identidade permeiam o trabalho de Gui Mohallem há algum tempo. Após participar de uma residência de seis semanas no Líbano, contemplada pelo Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do MinC, em 2012, o artista entrou em contato direto com aspectos do exílio, passando a compreender suas origens e também características identitárias de membros de sua família. Graduado em Cinema e Vídeo pela ECA-USP, expôs pela primeira vez em uma individual em Nova York, em 2008. Nos anos seguintes, teve exposições no MuBE, no Sesc Pompeia e nas galerias Olido, Babel, Baró Cruz, Luciana Caravello e Emma Thomas. Expôs também nos EUA, na Islândia e na Estônia, participou do programa Descubrimientos, do Photoespaña, e do 18º Festival Sesc_Videobrasil. Em 2011, ganhou o 2º lugar no prêmio Conrado Wessel. Participou de programas de residência artística em São Paulo e em Beirute, no Líbano. Tem dois livros publicados, Welcome Home (2012) e Tcharafna (2014). Foi palestrante nos principais festivais de fotografia do país e suas obras estão em importantes coleções, como Itaú Cultural, Videobrasil, Centro Cultural São Paulo, Luiz Chrysostomo, Nilo Cecco, Fernando Abdalla, Alfredo Setúbal, entre outros.